Albert Einstein
CIÊNCIA E HUMANIDADE: O LEGADO VIVO
ÍNCONES DA HISTÓRIA
Arthur Noronha
5/13/20252 min read


Por Arthur Noronha
13 de maio de 2025
Poucos nomes na história da humanidade brilham com tanta intensidade quanto o de Albert Einstein. Mesmo passados setenta anos desde sua morte, em 1955, o físico alemão continua a exercer influência não apenas no campo científico, mas também no imaginário popular. Ele não foi apenas um gênio das equações e foi, sobretudo, um pensador humanista, que ousou questionar o próprio tecido da realidade.
Nascido em 14 de março de 1879, na cidade de Ulm, no Império Alemão, Einstein foi uma criança curiosa e, ao contrário do que muitos repetem, não era exatamente um aluno medíocre. Seu desempenho escolar era sólido, especialmente em matemática e física. Ainda assim, foi a inquietação intelectual que o destacaria mais tarde: Einstein queria entender o universo, mas sem a pressa dos dogmas.
Em 1905, aos 26 anos, ele publicou quatro artigos que mudariam o rumo da ciência. Aquele período ficaria conhecido como o “Annus Mirabilis” – o ano milagroso. Entre eles, estava o artigo que apresentava a Teoria da Relatividade Restrita, incluindo a célebre equação E = mc², que relaciona energia e massa. Com isso, o jovem físico rompia com a visão newtoniana do universo e abria caminho para uma nova era na física teórica.
Mas Einstein não era apenas um cientista. Era também um cidadão do mundo, profundamente engajado em questões sociais e políticas. Judeu de origem, viu com preocupação a ascensão do nazismo na Alemanha e, em 1933, mudou-se definitivamente para os Estados Unidos, onde passou a trabalhar no Instituto de Estudos Avançados de Princeton. Por lá, tornou-se uma figura pública, defensor incansável dos direitos civis e da paz mundial.
Curiosamente, apesar de suas contribuições para o entendimento do átomo, Einstein era abertamente contrário ao uso da energia nuclear para fins bélicos. Em 1939, escreveu uma carta ao presidente Franklin D. Roosevelt alertando sobre o potencial desenvolvimento de bombas atômicas pela Alemanha nazista, mas após Hiroshima e Nagasaki, expressou remorso. “Se eu soubesse, teria me tornado relojoeiro”, disse certa vez.
Na vida pessoal, era um homem simples. Gostava de caminhar, tocar violino e refletir em silêncio. Seu escritório era desorganizado , mas sua mente, meticulosamente afiada. Usava roupas confortáveis, raramente penteava o cabelo e cultivava uma certa rebeldia estética, símbolo de um espírito que jamais se conformava.
Einstein morreu em 18 de abril de 1955, aos 76 anos, vítima de um aneurisma da aorta abdominal. Seu cérebro foi retirado durante a autópsia, sem o consentimento da família, e posteriormente fatiado para estudo , um episódio polêmico que ainda hoje levanta questões éticas. Mas talvez a parte mais relevante de seu legado não esteja em sua anatomia, e sim em suas ideias.
Seus pensamentos ainda ecoam. Em tempos de inteligência artificial, viagens espaciais e aceleradores de partículas, a teoria da relatividade continua sendo uma das pedras angulares da física moderna. Mais do que isso, Einstein permanece um exemplo de curiosidade sem fronteiras, de coragem intelectual e de compromisso com a humanidade.
Hoje, em 2025, o mundo talvez precise mais do que nunca do espírito de Einstein: a capacidade de duvidar com profundidade, de imaginar com liberdade e de lutar por um mundo mais justo — com ciência, mas também com consciência.