Assassinato de JFK

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MISTÉRIOS

Arthur Noronha

5/15/20252 min read

Por Arthur Noronha
15 de maio de 2025

Mais de 60 anos depois do assassinato de John F. Kennedy, o governo dos Estados Unidos liberou milhares de páginas de documentos até então classificados. A divulgação reacendeu o debate público e, principalmente, trouxe à tona velhas e novas teorias sobre o que realmente aconteceu em 22 de novembro de 1963, em Dallas, Texas.

Os arquivos recém-divulgados mostram que o governo americano sabia mais sobre Lee Harvey Oswald do que havia admitido anteriormente. Entre os papéis, constam registros da CIA e do FBI que mostram que Oswald esteve sob vigilância meses antes do atentado, incluindo episódios em que ele se encontrou com agentes soviéticos e cubanos. Esses encontros alimentaram teorias que apontam para uma possível conspiração internacional.

Outra revelação importante diz respeito à falha de comunicação entre as agências de inteligência. Documentos mostram que informações cruciais sobre Oswald não foram compartilhadas entre o FBI e a CIA, mesmo depois de seu retorno da União Soviética. Isso levanta questionamentos sobre se a omissão foi fruto de descuido, burocracia ou encobrimento.

Teóricos da conspiração têm agora ainda mais material para explorar. Uma das teorias mais persistentes é a de que Kennedy foi morto por ordens internas, por se opor a interesses do complexo industrial militar e da própria CIA. Essa ideia se baseia em discursos do presidente em que ele criticava os bastidores do poder e defendia maior transparência governamental. Alguns documentos sugerem que ele buscava reduzir o poder da Agência Central de Inteligência, o que poderia ter criado inimigos dentro do próprio governo.

Outra linha de especulação aponta para a máfia. Segundo essa teoria, figuras do crime organizado teriam ajudado Kennedy a chegar ao poder e, posteriormente, se sentido traídas por seu governo. Os novos documentos contêm referências vagas a reuniões entre mafiosos e intermediários políticos nos anos que antecederam o atentado, embora não haja prova direta de envolvimento.

Há também teorias que envolvem a indústria petrolífera do Texas, insatisfeita com a política fiscal de Kennedy, e até mesmo grupos ultraconservadores que viam o presidente como uma ameaça à hegemonia americana no cenário da Guerra Fria.

Um ponto curioso revelado nos documentos são as preocupações internas da administração americana em conter pânico generalizado e preservar a imagem das instituições. Memos internos mostram que logo após o crime, o governo discutia estratégias para evitar que o público pensasse em conspirações. Havia o receio de que admitir a possibilidade de múltiplos envolvidos pudesse abalar a confiança nacional em plena tensão com a União Soviética.

A liberação dos arquivos não fecha a história — ao contrário, amplia as possibilidades. Muitos acreditavam que esses documentos trariam respostas definitivas. Em vez disso, trouxeram mais perguntas. O assassinato de John F. Kennedy continua sendo um dos maiores mistérios da política moderna, e agora, com novas peças no tabuleiro, a busca por uma verdade que una todos os pontos parece ainda mais distante.

Mas para quem acompanha o caso desde o início, isso não é exatamente uma surpresa. O que começou com um tiro em Dallas se transformou em décadas de suspeitas, especulações e silêncios. E talvez seja exatamente esse silêncio, cuidadosamente mantido entre palavras e omissões, que continue falando mais alto que qualquer arquivo agora desclassificado.